Hugo Mendes, diretor financeiro do grupo Macauto, foi recentemente nomeado representante de Portugal na Assembleia do World Business Angels Investment Forum (WBFA), onde representará o país no Comité Internacional Financeiro na Assembleia Magna, uma organização internacional comprometida a colaborar globalmente para capacitar o desenvolvimento económico global, criando novos instrumentos financeiros para inovadores, start-ups, e pequenas e médias empresas. Significa isto que Hugo passa a ser porta-voz português, conectando todo o ecossistema empresarial em volta dos 55 países já representados no WBAF.
Contabilista certificado pela ordem, investidor e empreendedor, fundou uma consultora que visa apoiar o investimento estrangeiro em Portugal e é investidor regular em áreas diversas. Anteriormente, dirigiu os departamentos financeiros da Ásia dos grupos Vivarte em Hong Kong e Décathlon em Xangai.
É um curriculum impressionante mas todas as histórias tem um começo. No caso de Hugo Mendes, começou no Instituto de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), onde se formou em Contabilidade e Administração. Para Hugo, o ISCAP transmitiu-lhe valores fundamentais para "ser um melhor profissional", destacando orientações universais como a "perseverança, trabalho e humildade".
Recorda com carinho os anos de curso onde foi dirigente associativo, momento em que colaborou na organização vários eventos importantes. Mas enfatiza com um ironia as noites inteiras a estudar antes dos exames: "Nunca vou esquecer!"
Para os futuros licenciados aconselha a: "Ler, ser curioso, não ter medo de arriscar enquanto se é jovem. Ser resiliente e continuar sempre focado nos seus objetivos de vida e de carreira", sendo que os anos de academia podem ser anos fundadores "de um grande projeto de construção".
Adverte para o risco do chamado pensamento binário ou do "síndroma do contabilista", balizado por aqueles "que pensam crédito versus débito". Para Hugo é fundamental ter, num mercado de trabalho contemporâneo, "flexibilidade e abertura de espírito, sobretudo em contexto internacional". Acrescenta que a adoção de um espírito crítico, aprender a ser um parceiro de negócio e ter mente aberta são respostas eficazes para o ecossistema empresarial.
Se avalia a formação atual como impermeável aos desafios contemporâneos em que "a sala de aulas pouco mudou nos últimos 50 anos, ao contrário de tudo o resto" considera que, comparativamente, formamos melhores profissionais do que muito outros países" consequência de uma certa predisposição, "talvez no nosso ADN, que é a abertura para o desconhecido, para os outros e para o mundo".
Vive atualmente em Portugal, mas enfatiza a experiência internacional como fundamental e um contributo único para adquirir uma visão global do mercado. "Viver e trabalhar fora do país amplia sempre os nossos horizontes, sobretudo quando falamos de países culturalmente muito distintos do nosso, como no caso da China. Trabalhar vários mercados mundiais, especialmente o asiático durante todo este tempo, foi uma experiência inesquecível. A escala é muito diferente da nossa, os volumes são de outra dimensão." E assevera que esta é uma região incontornável no mundo dos negócios atuais, "a região com o maior crescimento económico" e seguramente a "região do futuro".