Relatório da OT2005 - Prática da Tradução em Ambiente Multimédia
Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto
13 de Abril de 2005

Sobre a Oficina de Tradução 2005

Na sequência da OT2003, a Oficina de Tradução 2005 - Prática da Tradução em Ambiente Multimédia teve como objectivos principais a divulgação de áreas de especialidade e de ferramentas informáticas essenciais à tradução, assim como a promoção de contactos entre a instituição escolar, as empresas e os profissionais do ramo.


Na mesa-redonda, intitulada Entre a língua e o saber: as fronteiras da tradução especializada, estiveram presentes académicos e representantes de empresas na área da tradução que apresentaram diferentes perspectivas do mercado de trabalho português e deram testemunho da sua experiência individual:

 

Dr.ª Paula Moutinho

Sócia-gerente da empresa Parábola - Serviços de Tradução e Consultoria Informática, Lda.

Eng.º João Roque Dias Tradutor Independente e membro da American Translation Association
Dr.ª Ana Chaves Professora na Universidade do Minho, tradutora e revisora

 

Recursos multimédia ao serviço do paradigma

Paula Moutinho, sócia-gerente da empresa Parábola – Tradução e Consultoria Informática - perspectivou a tradução como uma actividade de produção por excelência, tendo destacado a importância do conhecimento e da competência linguística no processo de produção textual, dando especial relevo à competência em língua materna. Avaliou, nesta óptica, o papel das ferramentas multimédia na construção do plano paradigmático de qualquer texto de chegada.

A aventura da tradução literária: da prática à formação

Ana Maria Chaves, professora da Universidade do Minho e Tradutora, abordou alguns problemas e condicionalismos da tradução literária, através de um conjunto de reflexões baseadas na sua experiência de tradução, revisão e formação. Destacaram-se como principais temas da sua exposição: os desafios da reescrita de textos gerados noutras língua e culturas, o diálogo da formação e o verso e o reverso da profissão de tradutor.

Quem não sabe de ventos... traduz tempestades!

João Roque Dias, tradutor independente, começou por salientar a importância de um sólido conhecimento prévio da área científica ou técnica em que se enquadra determinado texto para traduzir; discutiu exemplos da multidisciplinaridade de assuntos e conceitos subjacentes à tradução de alguns manuais técnicos; analisou diferentes perfis de público-alvo das traduções técnicas. Concluiu com a seguinte máxima: A língua deve estar ao serviço do saber: à exactidão dos conceitos deve corresponder a exactidão da língua e da escrita.

 

OFICINAS

Da parte da tarde, os docentes do Instituto, na qualidade de formadores, orientaram três oficinas onde se exploraram as potencialidades dos recursos informáticos e multimédia do ISCAP, enquanto ferramentas de trabalho dos tradutores especializados.

Tradução de cinema
Tendo em conta a vertente experimental da oficina, foram sistematizados fundamentos e normas de legendagem e treinadas estratégias linguísticas, através do visionamento, da tradução e da legendagem de textos fílmicos. Foi também feita uma breve incursão pelas modalidades de tradução audiovisual, bem como uma apresentação de ferramentas informáticas ao dispor do técnico de legendagem.
Formadoras: Dr.ª Paula Ramalho Almeida e Dr.ª Sara Cerqueira

TAC/Trados: ensaios
Uma verdadeira “oficina” em que os formandos tiveram em mãos um projecto de tradução e onde ensaiaram diversas ferramentas da aplicação de tradução assistida por computador, já de uso corrente pelos profissionais da área. Da gestão da terminologia à tradução assistida propriamente dita, fizeram-se testes e experiências com instrumentos vários, partindo de materiais autênticos e didactizados, em diferentes línguas de partida e áreas de especialidade.
Formadores: Dr.ª Alexandra Albuquerque, Dr.ª Suzana Noronha e Dr. Pedro Duarte.

Localização: conceitos e ambientes
A localização de projectos de tradução representa uma das mais recentes evoluções no processo de tradução e acarreta uma transformação ao nível das competências e das exigências que se colocam ao tradutor. Após uma breve introdução ao conceito, forneceu-se uma abordagem geral ao panorama das ferramentas de localização, questionou-se a relevância do seu uso e, finalmente, desenvolveram-se algumas tarefas de localização com recurso a diferentes ferramentas.
Formadores: Dr. Manuel Moreira da Silva, Dr. Marco Furtado e Dr.ª Paula Carvalho.

 

NOTA FINAL

Os inquéritos realizados aos formandos revelaram um elevado grau de satisfação e entusiasmo na prática da tradução em ambiente multimédia, assim como o desejo de futuras iniciativas congéneres.

Este relatório foi elaborado pela Comissão Executiva da OT2005, a qual foi constituída por quatro elementos: Joana Castro Fernandes, Maria do Céu Pontes, Maria da Graça Chorão – docentes e investigadoras do Curso de Línguas e Secretariado e do Ramo de Tradução e Interpretação Especializadas do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto – e pela estagiária Célia Tavares, aluna finalista do mesmo curso.

 

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